O Presidente da Cooperativa AGROLUZ, da Freguesia de Nossa Senhora da Luz, Fernando Moniz Pereira, considera que a organização e formação dos agricultores associados são dois dos principais desafios, visando não só aumentar e melhorar a produção, mas também agregar valor aos produtos da agricultura e da pecuária.
Em declarações à margem da assinatura de um protocolo de parceria com a Câmara Municipal de São Domingos, Fernando Moniz Pereira, enumerou várias dificuldades, designadamente a fraca organização, a falta de condições de produção, de meios financeiros e de espaço físico para instalação, assim como as deficientes condições de tratamento, armazenamento e escoamento dos produtos.
Nesse sentido, apontou a necessidade de mobilização dos agricultores em torno de projetos de interesse mútuos, destacando-se, entre eles, a criação de melhores condições de produção, escoamento e comercialização dos produtos ou, até mesmo, a criação de uma central de compras.
Para alcançar esses desafios, aquele líder associativo, considerou que é necessário desenvolver o espírito de união e cooperação entre os agricultores associados, fato que por si só poderá contribuir para uma maior mobilização de sinergias e recursos dentro da própria Cooperativa AGROLUZ.
“Geralmente, quando se fala de cooperativa, as pessoas pensam que se trata apenas de mobilizar recursos para colocar à disposição de todos, mas, na verdade, o que a cooperativa deve esperar é que sejamos nós mesmos os primeiros parceiros, ou seja, que sejamos capazes de mobilizarmos e potencializarmos o pouco que temos”, argumentou.
A nível da organização, Fernando Moniz Pereira apontou o desafio de separar o setor da produção do sector de distribuição e vendas para que cada um desses setores ganhe autonomia e dinâmicas próprias e melhor enfrentarem os respetivos desafios e complexidades.
“Nós agricultores temos que pensar e concentrarnos na nossa produção, venda é uma outra parte. Por isso, queremos separar essas duas coisas para aumentarmos a capacidade dos produtores, criando condições e os meios possíveis para tal”, explicou, defendendo, no entanto, que é preciso criar toda a cadeia pós-produção para que produtos da Cooperativa AGROLUZ sejam consumidos com segurança e qualidade.
AGRICULTORA ERNESTINA MONIZ CONFIANTE NO SUCESSO DA AGROLUZ
A agricultora e criadora de gado, Ernestina Moniz, acredita que, com a criação da Cooperativa AGROLUZ, a situação dos produtores da Freguesia de Nossa Senhora da Luz poderá vir a melhorar principalmente no que tange a aspetos ligados à comercialização dos produtos que, em muitas ocasiões, são vendidos ao desbarato, vazados no lixo ou então utilizados na alimentação dos animais.
“Muitas vezes, quando se tem muita produção, os produtos acabam por danificar-se e vão para o lixo ou para os animais,” lamentou Ernestina Moniz, acrescentando que nessas situações as vendedeiras vão vender no mercado e o dinheiro da venda não compensa “nem para cobrir os gastos no combate às pragas nos cultivos quanto mais o esforço que aplicamos no trabalho”.
PROTOCOLO DE PARCERIA COM A CMSD
Recorde-se que a Câmara Municipal de São Domingos (CMSD) e a Cooperativa AGROLUZ rubricaram, a 09 do corrente mês de dezembro, um protocolo de parceria no âmbito do qual as duas instituições comprometem-se em colaborar em projetos de interesse mútuo, nomeadamente na implementação de programas de ação socioeconómicos destinados ao apoio aos agricultores associados da Freguesia de Nossa Senhora da Luz.
No âmbito desse protocolo de parceria, a Cooperativa AGROLUZ, inaugurou, a 09 do corrente mês, um gabinete de animação técnica e assistência aos agricultores associados, graças ao espaço disponibilizado pela Câmara Municipal de São Domingos na Delegação Municipal de Milho Branco.
Na mesma data, a Cooperativa AGROLUZ recebeu da Cooopermondo Cabo Verde, um conjunto de materiais de escritório no âmbito de um protocolo de parceria com esta Organização Não Governamental italiana, igualmente rubricado no ato de inauguração do espaço nas instalações da Delegação Municipal de Milho Branco.